Em seu primeiro filme para o cinema, o cineasta italiano Donato Carrisi se mostra como um bom contador de histórias e um aplicado admirador de Alfred Hitchcock. Ele consegue imprimir no seu filme A GAROTA NA NÉVOA um ritmo de um excelente suspense que ao mesmo tempo em que não mostra a violência como Sam Peckimpah, consegue sugerir da forma mais criativa como o mestre do suspense Hitchcock. O filme reúne no elenco dois astros de primeira grandeza Toni Servillo no papel do agente Voguel, tão provocador como o inspetor Poirot e ao mesmo tempo manipulador como Sherlock Holmes. O francês Jean Reno desempenha o papel do psiquiatra forense que numa sessão tenta desvendar a teia de mistério que toma conta do misterioso desaparecimento de uma garota adolescente em meio ao nevoeiro, tentando provar que mesmo sem o corpo é possível chegar ao criminoso. A trama muito bem estruturada conta ainda com a participação de Greta Scacchi interpretando a jornalista Beatrice muito próxima do agente Vogel, que como tem a primazia do furo jornalístico, também serve como peça nesse tabuleiro de xadrez. Por fim, figura de Alessio Boni, no papel do professor, sobre o qual recai todos os indícios do crime cometido contra a adolescente desaparecida. Eis portanto este amplo papel de mistério, no qual o espectador embarca tentando desvendar o caso, mas que pode ter reviravoltas surpreendentes. Uma outra surpresa agradável do filme vem através da bem estruturada trilha sonora que foi composta pelo músico e compositor Vito Lo Re, formado pelo conceituado Conservatório Giuseppe Verdi de Milão e que pavimentou sua carreira de compositor de trilhas para o teatro e no ano passado chegou ao cinema, com a trilha sonora de A GAROTA NA NÉVOA. Um belo trabalho que você pode conferir através do arquivo de áudio anexo. Finalmente no terreno das surpresas, eis que na trilha sonora, no rádio do carro ouvimos a brasileira Beth Carvalho cantando Dança da Solidão.