Esta é uma produção norueguesa dirigida por Erik Poppe que depois de três anos resolveu filmar uma história verdadeiramente incrível, totalmente baseada em fatos reais. Poppe nos últimos anos tem se especializado em contar histórias que repercutem na vida das pessoas e essa, particularmente tem muito a ver com a nação norueguesa. O diretor que viveu em Londres e já foi sondado por Hollywood, prefere continuar onde está o seu coração, na Noruega. Por isso resolveu contar do rei Hakoon VII, que foi escolhido pelo povo norueguês e que teve que tomar decisões difíceis, quando as tropas nazistas invadiram o território norueguês e tomaram o poder. Enquanto muitos achavam que a saída para a situação seria pela fronteira, o rei apostou até o último instante na diplomacia, mas percebeu que ele não poderia decepcionar o povo que o elegeu. Hakoon VII era um rei que não tinha nem castelo, nem pompa, bem por isso logo foi identificado como o rei do povo.
O que chama a atenção no filme é a forma encontrada por Poppe para contar a história. Ele procurou através da sua experiência como fotografo de guerra, captar os melhores ângulos da história que é narrada quase que de forma binária, um fio condutor no documentário e outro no desenvolvimento da história. A história mostra que o rei terminou na condição de herói, pois diferentemente da situação da Dinamarca que capitulou, o rei Hakoon VII manteve suas convicções não se curvando nem as pressões e muito menos as bombas que foram despejadas pelo exercito nazista. Os soldados fieis que respondiam pela segurança do rei, eram jovens totalmente inexperientes, movidos pelo idealismo de defender a pátria. Um outro aspecto ressaltado pela história, foi a preocupação do cineasta em realçar o lado humano e fraterno do rei, normalmente visto como uma figura inatingível. Hakoon VII como foi o primeiro e único rei escolhido pelo povo, queria estar perto da sua gente. O filme mostra a capacidade de Poppe em utilizar o seu poder de síntese, pois uma história que consumiu milhares de páginas de livros, foi contada no espaço de tempo de um pouco mais de duas horas.
Uma trilha sonora perfeita composta pelo notável compositor sueco Johan Söderqvist , cuja trajetória no cinema começou junto com a década de noventa, somando 67 composições entre trilhas para o cinema e televisão.
A ESCOLHA DO REI, não é uma história de um herói, mas de uma figura humana que também tinha seus sentimentos de medo, angustia, mas sobretudo do grande dever que tinha no sentido de não decepcionar aqueles que o escolheram. Em suma, predicados que faltam aos homens públicos que se colocam em posição de majestade sem merecimento.