Otto Ludwig Preminger nasceu em Viena, Áustria, no dia 05 de dezembro de 1906, vindo a falecer no dia 23 de abril de 1986. Considerado por muitos como um dos mais fieis as sólidas virtudes vienenses. A característica fundamental dos filmes de Otto Preminger nunca esteve na elegância do estilo, mas sobretudo pela densidade do discurso. Ao chegar numa Hollywood em crise, ele soube imprimir o seu padrão. Ele foi considerado como o mais fiel e legítimo sucessor do lendário Ernst Lubitsch, outro grande expoente da direção. Bem, se você da velha guarda, ainda não se localizou sobre as realizações deste diretor, bastaria que eu citasse uma de suas obras para que automaticamente seu nome estivesse ligado ao enorme sucesso de sua realização cinematográfica. Ele dirigiu o famoso EXODUS e como não poderia deixar de citar o seu primeiro grande sucesso no cinema que foi LAURA, filme estrelado por Gene Tierney e Dana Andrews, produção de 1944 que se tornou mundialmente famoso, principalmente pela sensível música de David Raksin.
Otto Preminger era profundamente perfeccionista, por exemplo, quando da filmagem de ALMA EM PÂNICO em 1952, ele exigiu que Robert Mitchun esbofeteasse de verdade a atriz Jean Simmons. Tudo começa com uma bofetada que ele lhe dá e que se volta contra ele. A partir dessa cena, todos os valores em cena são invertidos, bem por isso da necessidade de um tapa que rigorosamente provocaria um delírio, essa era a marca de Otto Preminger. Em 1955 novamente Preminger dirigiria um filme extremamente polemico que que lhe causou enormes aborrecimentos com a censura. Trata-se de O HOMEM DO BRAÇO DE OURO, onde Frank Sinatra faz o papel de um viciado que luta para se livrar das drogas. O filme soou como apologia das drogas para os censores que eram implacáveis, mas Otto Preminger resolveu enfrentar a todos.
Em 1959 Otto Preminger retorna ao estilo que o revelou para o cinema noir, através de ANATOMIA DE UM CRIME, uma produção que se insere muito mais nas contradições da sociedade norte-americana como as drogas e a liberdade. O rigor da encenação acaba de certa forma expondo toda a ambigüidade de um julgamento onde a verdade oscila a partir do próprio duelo travado de um lado pelo advogado de defesa interpretado por James Stewart e do outro o promotor protagonizado por George C. Scott . Mais uma vez a sustentação da trilha sonora se apresenta de forma rigorosamente insuperável, já que Preminger escolhe nada mais nada menos do que o grande expoente do jazz Duke Ellington. Você vai ter a oportunidade de ouvir três belíssimos temas musicais respectivamente dos filme LAURA, composto por David Raksin, O HOMEM DO BRAÇO DE OURO composição de Elmer Bernstein e finalmente ANATOMIA DE UM CRIME de autoria de Duke Ellington.