O fato de ter sido assistente de direção de Vittorio De Sica em 1948 por ocasião do filme Ladrões de Bicicleta, isso já evidenciaria uma perspectiva cinematográfica promissora. Em 1956 foi diretor de segunda unidade por ocasião do filme HELENA DE TROYA, dirigido por Robert Wise. Mas foi em 1958 que seu trabalho em termos de segunda unidade chamou a atenção, quando do filme BEN-HUR dirigido por William Wyler, já que as cenas primorosas da produção que foram rodadas em Cinecittà foram todas dirigidas por Sergio Leone. Com isso, não tardou para que em 1961 ele estreasse na direção com o épico “O Colosso de Rodes”. Mas a fama viria mesmo através da famosa “trilogia do dólar” com os filmes “Por Um Punhado de Dólares” (1964), “Por Uns Dólares a Mais” (1965) e finalmente “Três Homens em Conflito” (1966). Depois em 1968 em “Era Uma Vez No Oeste”, ele procura contar uma história sobre o Velho Oeste, de acordo com a sua ótica particular. Ninguém filmou um duelo com a magia e maestria de Leone, mais parecendo um bailado. Em “Era Uma Vez No Oeste”, no encerramento do filme, temos um dos duelos mais primorosos já filmados em termos de western.
Em 1971 em “Quando Explode a Vingança” ele consegue extrair o sumo de um gênero que começava a dar sinais de exaustão, que foi o “spaghetti-western” ao abordar um tema político de origem revolucionária. Em 1984, depois de esperar 17 anos, ele resolve deixar a caneta de lado não escrevendo o roteiro, mas realizando um sonho que era de dirigir um filme sobre gangsters, assim nasceu o filme “ Era Uma Vez Na América”, que se constituiu na sua última grande realização cinematográfica. Foram oito filmes que serviram para evidenciar que Sergio Leone era um diretor totalmente diferente daquilo que o cinema havia conhecido até então. Ele preferia mais a exceção do que a regra e estabeleceu uma linguagem cinematográfica totalmente diferenciada daquilo que o cinema até então havia oferecido. De tantas lições que deixou para o cinema a criativa exploração de gestos comuns e a capacidade de dispensar diálogos e oferecer profundidade a uma cena que dispensava até a música, como foi o caso da cena de abertura do filme “Era Uma Vez Na América” onde até o surgimento em cena do personagem Harmônica, o que temos é uma amplificação da sonoridade ambiente, contribuindo para o clima de suspense.
O maior elogio que Sergio Leone poderia fazer ao compositor Ennio Morricone foi dizer que ele era o melhor roteirista dos seus filmes. Com isso estava clara a competência de Il Maestro em contar a história a partir da música.
Sergio Leone nasceu em Roma no dia 03 de janeiro de 1929 e morreu no dia 30 de abril de 1989 aos 60 anos, quando se preparava para filmar O CERCO DE ESTALINGRADO. Deixou uma contribuição efetiva, pois cada filme seu se constitui numa verdadeira aula de cinema pois Sergio Leone era verdadeiramente colossal!
Uma das aberturas mais geniais em termos de western, a cena inicial de ERA UMA VEZ NO OESTE.
Cena do duelo final em ERA UMA VEZ NO OESTE, no melhor estilo das tragédias shakespearianas.