Os recentes episódios de ataques de atiradores no interior das escolas americanas, está longe de ser um problema a se resolvido no curto prazo. Ao olharmos para o retrovisor, lembramos da tragédia ocorrida em 1999 numa escola em Columbine onde treze pessoas morreram. As subsequentes tragédias nas escolas continuam a sustentar discussões sobre o controle de armas nos Estados Unidos. Estatísticas americanas mostram que por ano morrem 45 mil pessoas, em decorrência de ferimentos provocados por armas de fogo. Na esteira desse assunto, surge o filme HORA DO DESESPERO, dirigido por Phillip Noyce. No elenco a atriz australiana Naomi Watts, que muito bem condicionada fisicamente, procura sustentar 90% do filme, durante uma jornada quilométrica. Naomi é Amy, uma viúva que ainda tem a mente povoada pela lembrança do marido e que tenta manter a sua rotina diária. Pela manhã, enquanto a filha mais nova já está na escola, ela deixa o filho mais velho Noah dormindo, enquanto sai para a sua corrida matinal. Dentre os vários telefonemas que recebe, um provoca um disparo no coração muito superior à força exigida pela corrida. Ela é informada que a escola de Noah está cercada pela polícia e que seu filho está lá dentro, sem saber em que condições. Esse é o gatilho de uma escalada de intensas emoções que tomam conta dessa mãe desesperada, por não entender qual a real condição do seu filho Noah. Um fio condutor de narrativa direcionado unicamente na personagem Amy, que procura desesperadamente utilizar a matéria-prima do seu trabalho, no caso o corpo e a voz. Enquanto isso a lente da câmera de Phillip Noyce tenta expressar o que Freud consideraria como o nível inconsciente da atividade psíquica. O filme vale mais para mostrar como uma mãe reage diante do fato seu filho estar numa escola, cercada pela polícia à caça de um atirador solitário. HORA DO DESESPERO, a nossa dica cinematográfica disponível no My Family Cinema.