O cineasta americano Marc Turtletaub em seu primeiro longa metragem foi buscar inspiração no roteiro original da cineasta e roteirista argentina Natalia Smirnoff, mas acabou produzindo um filme que tem diferenças, inclusive em seu final. O QUEBRA-CABEÇAS é a história de uma esposa entediada pela rotina sufocante que leva, sem nenhuma válvula de escape até que surge sua atração por um jogo de quebra cabeças. De repente ela vê sua vida metódica e enfadonha ser gradativamente substituída por uma motivação que ela jamais encontrou, mais que isso, o próprio reconhecimento desse seu talento matemático em montar as peças do quebra-cabeças. Isso parece ser uma nova janela na sua vida, para que ela também procure montar o quebra cabeças de sua vida, percebendo que se tivesse faltando alguma peça, esta não estaria dentro da sua família. No elenco temos a atriz Kelly McDonald vivendo a personagem Agnes que é a cabeça da família, com uma interpretação aparentemente simples, mas de uma densidade emocional que rouba a cena, quando aparece. Um filme leve e tocante, nos mostrando o quanto uma história aparentemente banal, possa ser idêntica a inúmeras outras situações, que nem mesmo um rígido padrão religioso é capaz de permitir montar um quebra cabeças.
A trilha sonora confiada ao compositor Dustin O’Halloran que começou a despontar a partir de seu trabalho para o filme LION: UMA JORNADA PARA CASA. A música ao mesmo tempo em que revela capacidade para expressar o lado enfadonho da vida de Agnes, também imprime ritmo inerente a própria preocupação que a personagem tem com o tempo. Uma trilha que ajuda a reforçar o aspecto emocional do filme.