Nos últimos tempos temos vivenciado uma revisita do cinema ao período da Segunda Guerra, muito menos mostrando as frentes de batalha, mas assuntos de bastidores que foram pouco ou nada explorados pela sétima arte. Nesta semana, via Netflix, tive a oportunidade de assistir ao filme O BANQUEIRO DA RESISTÊNCIA dirigido pelo cineasta holandês Joram Lürsen. O filme conta a trajetória de um banqueiro holandês que financiou toda a resistência holandesa, durante o período da ocupação dos nazistas de 1940 até 1945. A própria história baseada em fatos reais, pode justificar que este fato tenha demorado tanto para se transformar num filme. Ocorre que como se trata de uma fraude bancária, até mesmo o governo holandês deve ter se colocado contra a divulgação de um fato que poderia respingar na imagem da instituição financeira. A grande constatação é de que o filme baseado num roteiro muito bem estruturado e contando com atuações soberbas como do ator inglês Barry Atsma, como o dono do banco e artífice dessa engenharia financeira que minou a incursão dos alemães em território holandês. Um esquema extremamente inteligente que nem permitia que as distintas esferas de pessoas envolvidas, pudessem conhecer quem seria o cabeça da organização, como acontece no crime organizado.
Apesar de ter sido produzido especialmente para a televisão, o filme não fica devendo nada as grandes produções de Hollywood. Da mesma forma a trilha sonora que foi confiada a uma das mais gratas revelações dos últimos anos, o compositor holandês Merlijn Snitker. Os créditos do filme aparecem só no final, mas aos primeiros acordes da trilha, consegui identificar o seu autor, notadamente pela sua característica marcante que ao mesmo tempo em que se mostra pujante, acaba se colocando de forma funcional a ceder os méritos para as cenas.