Quincy Jones nasceu em Chicago no dia 14 março de 1933. Foi criado em Seattle, teve infância pobre e despertou para música através da sua participação num quarteto vocal da igreja que frequentava. Ele fazia parte de um quarteto vocal , mas foi o trompete que despertou sua atenção a partir dos dez anos, recebendo aulas de Clark Terry. Mais tarde ganhou uma bolsa de estudos para frequentar a Universidade de Berklee em Boston. O som do jazz martelava em seus ouvidos e começou então a compor e fazer arranjos musicais. Quando tinha 17 anos tocou com Lionel Hampton, Dizzie Gillespie e Count Basie. Trompetista, tecladista, compositor, coordenador musical, produtor e executivo de gravadora, estas as funções desempenhadas por Quincy Jones ao longo de sua trajetória. Gravou com Peggy Lee, Sarah Vaughn, Frank Sinatra e outros astros da música. Compor trilhas para o cinema era apenas mais uma das tarefas de Quincy, que continuava mesmo empenhado em sua carreira de compositor de músicas populares, jazz, shows e ainda produção de espetáculos. A música dos filmes da década de sessenta, não só tinham a cara do estilo jazzístico predominante, como também premiava aqueles músicos versáteis capazes sobretudo de improvisar temas que eram facilmente absorvidos pelas cenas. Temperar as cenas, principalmente das comédias da época, era uma das especialidades de compositores como Henry Mancini, Johnny Williams e também Quincy Jones como em CORRA, ANDE DEVAGAR, filme de Stanley Kramer com Cary Grant e Samantha Eggar.
Quincy também era um descobridor de talentos. Quando se preparava para compor a trilha sonora do filme dirigido por Sidney Lumet, ENCONTRO MARCADO COM UM MORTO, ele estava no café Go Go do Village em Nova Iorque, prestigiando o seu amigo Stan Getz. De repente, passou a ouvir uma voz aveludada que chamou sua atenção. Era uma brasileira recém-chegada aos Estados Unidos, chamada Astrud Gilberto. No dia seguinte, Quincy convidou o diretor Sidney Lumet, para uns drinques no Go Go, o diretor ficou entusiasmado com a garota, que acabou sendo contratada para cantar a canção tema do filme CHAMADA PARA UM MORTO de 1966, filme que marcava a estreia de Quincy Jones no campo das trilhas sonoras.
Como produtor musical, Quincy continuava liderando as paradas de sucesso através das suas musicas, ou então através das estrelas para as quais trabalhava como Aretha Franklin, Ray Charles, Roberta Flack, All Jarreu, Michael Jackson, Steve Wonder, Phil Collins e tantos outros. Para se ter uma ideia da força musical de Quincy Jones bastaria apresentar os seguintes números: ele foi indicado 76 vezes para o Grammy e faturou 26 prêmios, um verdadeiro recordista. Ele ainda tem um Oscar Honorário que foi lhe concedido pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood. Em 1994, Quincy Jones foi premiado pela Academia Real Sueca com o premio de música, poucas celebridades, até hoje, receberam tal honraria, o que coloca Quincy num patamar privilegiado. Na década de setenta, ele sofreu um aneurisma cerebral o que o afastou definitivamente do instrumento que mais gostava, o trompete. Em termos de Oscar, o compositor Quincy Jones foi indicado pelas trilhas de THE DEADLEY AFFAIR, 1967 , THE WIZZ em 1978, indicado pela melhor canção e ainda A COR PURPURA de 1985, filme de Steven Spielberg. Por ocasião deste filme, o compositor contratado era John Williams que ponderou à Spielberg que Quincy Jones seria melhor indicado para cumprir este trabalho.
Atualmente não tem se dedicado a compor trilhas sonoras para o cinema, seu último trabalho é de 2005 para o filme FIQUE RICO OU MORRA TENTANDO, dirigido pelo irlandês Jim Sheridan sobre a trajetória de um menino que trabalha para um traficante e não consegue se desvencilhar para mudar de vida.
Um dos trabalhos mais emblemáticos de Quincy Jones para o cinema aconteceu por ocasião da trilha sonora de NO CALOR DA NOITE, filme dirigido por Norman Jewison estrelado por Sidney Poitier e Rod Steiger. O tema principal deste filme interpretado de forma magistral por Ray Charles ‘In The Heat Of The Night’.