“MÃE”, O NEO SURREALISMO DE ARONOFSKY.

Enviado por admin em ter, 12/12/2017 - 08:11
Mas no filme MÃE, a atuação de Jennifer Lawrence é marcante, enquanto que Javier Barden passa a ser apenas um discreto coadjuvante.

As cenas iniciais do filme nos remetem a pensar na obra de Salvador Dali. O desenrolar da história narrada pelo cineasta Darrenn Aronofsky não deixa dúvidas de que ele enveredaria pelo surrealismo de Buñuel”. Se Fellini tinha uma admiração profunda por Jung, então podemos inferir que Aronofsky se aproxima mais de Freud contemplando em seus filmes temas de cunho psicanalítico a propiciar especulações e discussões. Por exemplo quanto aos sete pecados capitais sugeridos em algumas cenas: gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e soberba.

Quem sabe o personagem Him ( Javier Barden) não seja o próprio cineasta quanto as crises provocadas pela ausência de criatividade. Enquanto isso a personagem identificada como Mother ( Jennifer Lawrence}, seria uma referencia  a figura de Nossa Senhora, a mãe de Jesus. Mas,  o filme envereda também como a sugerir citações de obras como de Buñuel em O Anjo Exterminador, O Bebê de Rosemary de Roman Polanski e até O Evangelho de São Mateus de Pasolini.

Mas, a pista que Aronofsky deixa neste filme é que ele está querendo descobrir um novo caminho para o cinema, como fez Buñuel com o surrealismo. Inegavelmente, o efeito que o cineasta esperava com o seu filme “MÃE, é que ele pudesse desencadear uma polêmica muito grande, como aconteceu nos anos setenta tanto com O Exorcista de William Firedkin e A Última Tentação de Cristo de Martin Scorsese.

Mas no filme MÃE, a atuação de Jennifer Lawrence é marcante, enquanto que Javier Barden passa a ser apenas um discreto coadjuvante. Assim como Buñuel achava que a música em seus filmes poderia atrapalhar, parece que Aronofsky seguiu pelo mesmo caminho, compensando com efeitos sonoros a ausência da música e deixando o seu parceiro Clint Mansell de lado.

Assim como a sinopse oficial do filme, deixa uma impressão muito diferente, daquilo que o espectador vai assistir, também quem viu o filme vai ficar com a impressão de não ter entendido muito bem a mensagem, talvez nem arrisque ver o filme pela segunda vez.

Se Aronofsky vai continuar enveredando pelo “neo surrealismo” só o próximo filme vai nos mostrar.