No cinema a arte de sedução não pode ser vista e muito menos entendida apenas e tão somente sobre o prisma da atração sexual. Há outras seduções tão visíveis a partir do aspecto de que o próprio espectador quando entra no cinema, já foi seduzido ou pelo tema, enredo ou até o próprio elenco do filme. O cinema tem mostrado algumas situações vividas na tela e que revelaram a mais ostensiva sedução. O close, o plano americano e também o plano aproximado, definitivamente contribuíram para eliminar a distancia que separa o ator do espectador, diferente do caso do teatro. No cinema, um estremecer de lábios ou uma piscada de olhos são visíveis. São imagens que contribuem para um poder maior da sedução. No filme de Paul Verhoeven INSTINTO SELVAGEM, temos a sensualíssima cena da mais espetacular cruzada de pernas do cinema e que foi protagonizada por Sharon Stone. Uma cena que pode perfeitamente ser inserida como um dos mais belos momentos de sedução e êxtase oferecidos pela setima arte. Muito mais que a nudez explicita, a cruzada de pernas, seguida da visão da própria pelugem da zona erógena da personagem, a plateia chega a ter a nítida sensação que aquilo está acontecendo , ao vivo, e não propriamente haja a separação através da tela. Qualquer outra tentativa que se venha a tentar em qualquer futura produção, automaticamente vai remeter a lembrança do espectador a esse instante do filme INSTINTO SELVAGEM. Por outro lado, a cena não teria o mesmo impacto, se não houvesse o proporcional reforço através da música. O tema composto por Jerry Goldsmith não só reforçou a cena, como criou um prefixo musical verdadeiramente sedutor.