FORTUNATA (2017).

Enviado por admin em sab, 12/09/2017 - 21:09
O cineasta Sergio Castelitto soube oferecer um exemplo estético perfeito de uma mulher suburbana como Fortunata, que veste minissaia e percorre os domicílios empurrando a sua mala, oferecendo os seus préstimos de cabeleireira

Paralelamente a sua carreira de ator consagrado com mais de oitenta filmes no currículo, desde 1999 Sergio Castelitto resolveu também apostar na direção. No seu sexto longa que foi bem recebido neste ano no Festival de Cannes, ele conta a história de uma cabeleireira que está em processo de separação do seu temperamental e violento marido. Para merecer por parte da justiça a guarda da sua filha Barbara de oito anos, ela precisa passar por uma entrevista com o psicólogo, visando demonstrar que tem amplas condições econômicas e sociais de cuidar bem da garotinha. O cineasta Sergio Castelitto soube oferecer um exemplo estético perfeito de uma mulher suburbana como Fortunata, que veste minissaia e percorre os domicílios empurrando a sua mala, oferecendo os seus préstimos de cabeleireira. Uma coisa é a mala onde guarda os seus utensílios profissionais, outra é um baú que ela traz na memória de fatos ocorridos na infância que preferiria esquecer e nem de longe permitir que sua filha Barbara passasse pelos mesmos problemas. Mas  o psicólogo, o que será que ele vai descobrir? E o marido, será que vai ceder fácil o direito da separação, ele que toda vez que vai visitar a filha, quer tirar uma lasquinha de prazer com Fortunata ?

E Fortunata que alimenta o sonho de ter o seu próprio salão de beleza, será capaz de passar pelo psicólogo sem esbarrar no seu passado? Enfim, essa é uma história que evoca marginalização e resistência, que talvez sejam duas das condições a serem superadas por Fortunata, que deverá se empenhar muito para justificar o significado do seu próprio nome, felizarda.

A trilha sonora foi composta por Arturo Annecchino, que trabalha com o cineasta Sergio Castelitto desde 2010, valorizada com várias canções. A canção principal intitulada “Vivere” interpretada pelo roqueiro italiano Vasco Rossi.