A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood tem uma enorme lista de injustiçados com a música em sua história. Em 1936 o filme ADVERSIDADE, dirigido por Mervin Le Roy ganhou o Oscar de melhor trilha sonora, mas quem levou o prêmio foi Leo Forbstein que era o diretor musical da Warner. No dia seguinte alguns jornais estampavam notícias dando conta da profunda injustiça cometida contra o compositor Erich Wolfgang Korngold que havia composto a trilha sonora original de ADVERSIDADE. Foi então que a Academia resolveu mudar o critério em 1938, passando então a premiar o autor da trilha. A famosa música do filme E O VENTO LEVOU composta por Max Steiner se constitui num dos prefixos musicais mais famosos do cinema, mas também foi indicada e não levou o Oscar. De lá pra cá muitos outros importantes nomes da música no cinema acabaram injustiçados por não levarem o prêmio. Uma das maiores injustiças na história do Oscar quanto a música talvez seja aquela envolvendo o compositor Victor Young que chegou a ser indicado 24 vezes pela Academia para receber o prêmio. Justamente quando venceu em 1957, através do filme A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS, ele não compareceu para receber o prêmio, pois havia falecido três meses antes, no dia 10 de novembro de 1956. Assim sendo, pela primeira vez a Academia entregou o prêmio postumamente para a melhor trilha sonora. Bem por isso, para corrigir as injustiças é que a academia resolveu criar o Oscar Honorário, uma espécie de borracha para apagar as injustiças. Numa carreira iniciada em 1991 através do filme FEBRE NA SELVA, dirigido pelo amigo Spike Lee, o compositor Terence Blanchard conquista este ano a sua primeira indicação ao Oscar. Pelo papel da trilha sonora desempenhado no contexto do filme INFILTRADO NA KLAN, Terence Blanchard seria merecedor do Oscar 2019.