O cineasta espanhol Fernando León de Aranoa não pretendia contar apenas uma história sobre o narcotraficante colombiano Pablo Escobar. Quando pensou num filme com este personagem há pelo menos quinze anos atrás, ele já tinha um desenho em sua mente de que o filme teria que se constituir num painel mais amplo do que foi a atividade desse personagem. De repente o livro da jornalista colombiana Virginia Vallejo poderia se constituir numa âncora para o roteiro escrito pelo próprio cineasta. Afinal de contas aquele que de forma jocosa era conhecido como “hipopótamo” por ser este o seu animal de estimação, mas que dada algumas características como energia e sangue frio, isso poderia ser identificado como atributos. Jarvier Barden no papel de Pablo Escobar, confere mais credibilidade na interpretação, principalmente pela gama de vilões já vividos no cinema, desde Anton em ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ até Raoul em SKYFALL. Por outro lado, Penélope Cruz, da mesma forma em que viveu de maneira vigorosa uma Frida, também poderia esbanjar frivolidade na pele da jornalista que conheceu o narcotraficante na intimidade de uma relação, que uma vez rompida, se transforma em delatora. O filme mostra os tentáculos do narcotraficante que saiu da Colômbia atingiu vários países e chegou até a Casa Branca incomodando os Reagan. O filme mostra como era formado um “sicário” (assassinos mercenários) que eram usados para eliminar os desafetos do narcotraficante. Uma ambientação de época cuidadosa, oferecendo mais autenticidade a própria narrativa. O cartel de Escobar foi pioneiro em muitos aspectos, na lavagem de dinheiro abriu vários bancos em países como o Panamá. O filme mostra ainda o quanto o dinheiro também servia para corromper políticos poderosos.
A trilha sonora de ESCOBAR: A TRAIÇÃO foi composta pelo argentino Federico Jusid não exerce meramente o papel de acompanhamento, mas nos prepara para os desdobramentos de uma narrativa.