Este é o titulo da produção francesa de 2018, dirigida pela cineasta e atriz Agnès Jaoui, que assina o roteiro juntamente com Jean-Pierre Bacri, com os dois também atuando. Parece até uma festa de réveillon, mas na realidade é uma espécie de revolução francesa de costumes. Nathalie, uma produtora de televisão inaugura sua casa nova num condomínio e promove uma festa de arromba com direito a música ao vivo, karaokê, comida a vontade e queima de fogos. Entre os famosos presentes estão Castro um apresentador de talk show, prestes a ser demitido, um youtuber, além de muitos parentes e seus agregados. Nathalie ainda não conhece muito bem a sua vizinhança, portanto é natural que alguns desencontros ocorram, principalmente num condomínio não acostumado com festas tão ruidosas. Mas o filme foca não só na revolução das boas maneiras, mas sobretudo no impacto que as redes sociais promovem, fazendo emergir novas celebridades. Paralelamente a este amplo painel, surgem então as questões que permeiam o imaginário das pessoas como a sedução, ciúme, saudosismo e que promovem intensas rotas de colisão. Os dois personagens centrais, tanto a produtora como o entrevistador de televisão , começam a perceber como as redes sociais estão contribuindo para uma espécie de declínio da mídia televisiva. Uma agradável surpresa no filme, acontece logo na primeira cena, naquela pomposa residência, ecoa forte o som daquela que pode ser considerada como a música brasileira mais executada nas trilhas sonoras do cinema, Garota de Ipanema na interpretação memorável de Ella Fitzgerald.
Praça Pública é um filme que se não focasse tanto no mal humor, poderia ser considerada uma comédia de costumes, não ao estilo do italiano Mario Monicelli, mas muito próximo ao do americano Woody Allen.