BELFAST

Enviado por admin em ter, 12/28/2021 - 09:46
O cineasta irlandês Kenneth Branagh consolidou sua imagem cinematográfica bastante associada a obra de Shakespeare. Finalmente, ele descobriu que sua trajetória de vida também poderia inspirar uma bela realização cinematográfica.

O cineasta irlandês Kenneth Branagh consolidou sua imagem cinematográfica bastante associada a obra de Shakespeare. Finalmente, ele descobriu que sua trajetória de vida também poderia inspirar uma bela realização cinematográfica. Como irlandês, ele foi testemunha dos violentos episódios que marcaram o segundo semestre de 1969 na Irlanda. Uma explosão nascida de uma conjugação de fatores como de ativismo social pelos direitos humanos, discriminação contra uma minoria católica, insurgência contra a intervenção do exército britânico. Esse caldo entornou e as ruas de Belfast se transformaram em cenário de destruição. Um garoto de nove anos chamado Buddy, interpretado por Jude Hill, presenciou tudo que acontecia, ele praticamente era o alter-ego de Kenneth Branagh, que finalmente resolveu contar a sua história. O que atenuava o impacto de tanta violência presenciada por Buddy, era a sua paixão pelo cinema e as míticas imagens que afloravam a sua mente, como de Totó em Cinema Paradiso, buscando refúgio numa espécie de Shangri-la de um Horizonte Perdido. O filme em preto e branco serve para reforçar a essência do espírito que reinava no ano de 1969 em Belfast. As canções do irlandês Van Morrison como Warm Love, Do Not Forsake Me, Days Likes This presentes na trilha sonora reforçam o discurso fílmico. Através de BELFAST, Kenneth Branagh conseguiu produzir a sua obra-prima, que o consagra também agora na categoria de cinema de autor.