ERA UMA VEZ NO OESTE (1968)

Enviado por admin em seg, 10/02/2017 - 15:54
Trilha sonora original do filme Era Uma Vez No Oeste composta por Ennio Morricone

Com o filme ERA UMA VEZ NO OESTE nasce uma nova trilogia na carreira de Sergio Leone seguindo com QUANDO EXPLODE A VINGANÇA e terminando com ERA UMA VEZ NA AMÉRICA.

O papel desempenhado por uma trilha sonora no contexto da realização cinematográfica é uma somatória do som, da música e dos planos, todos devem ter uma convivência harmoniosa para que nenhuma delas roube o mérito da outra. Essa, seguramente, foi a preocupação de Ennio Morricone ao conceber a trilha sonora de ERA UMA VEZ NO OESTE. Os instantes iniciais do filme são todos no sentido de valorizar o som, tirando o máximo de cada material sonoro.

 O personagem central do filme, protagonizado por Charles Bronson, já tinha música no seu próprio apelido, Harmônica, a famosa gaita de boca e toda vez que era entoado um acorde da gaita Harmônica aparecia. No entanto, a música mais expressiva da trilha sonora é justamente o tema título, que se apresenta toda vez que a personagem Jill, interpretada por Claudia Cardinale aparece em cena. Uma ária interpretada soberbamente pela soprano Edda Dell’orso.

O confronto final, com um duelo que mais parece um bailado entre os personagens Harmônica (Charles Bronson) e o bandido Frank (Henry Fonda), é pontuado por uma música cujo solo principal é de gaita com uma vibração fantástica das cordas de uma guitarra, outra marca de Morricone no gênero spaghetti-western.

O adeus de Harmônica ao companheiro Cheyenne (Jason Robards) é marcado por acordes que lembram bem o galope do cavalo. Mais uma marca de Morricone, com o tema assoviado oferecendo uma sonoridade extremamente original.

O mais incrível é que o Tema de Jill, personagem de Claudia Cardinale, foi composto por Morricone durante um intervalo de almoço, no tradicional período da sesta. Isso explica que em se tratando de uma melodia, mesmo sendo um dos três elementos principais de uma música, para muitos sempre foi objeto de um peso fundamental, para Morricone é muito mais um aspecto de pura derivação técnica do que propriamente inspiração.

Morricone tem uma disciplina romana, acorda todos os dias por volta das 5 da manhã e por uma hora faz caminhada, corrida e uma série de exercícios físicos. É essa boa forma que garante performances infatigáveis por ocasião da maratona de concertos que realiza ao redor do mundo desde 2001. A intensidade de trabalho aconteceu a partir de 2007, ano em que Morricone realizou 27 concertos em várias partes do mundo como Nova Iorque, Rio de Janeiro, Polônia, Espanha e Coréia do Sul. No ano seguinte, uma nova maratona passando por Moscou, Santiago do Chile, São Paulo, Cidade do México, Monterrey, Guadalajara, Lituânia, Atenas e Belfas na Irlanda do Norte. Em 2009, nova incursão pelo mundo desta vez passando pela Sérvia, Marrocos, Pequim, Seul, Taipei, Moscou, Macedônia e Polônia. Em 2010, ele esteve em Londres, Shangai e Varsóvia. Todas essas apresentações, sem falar nas dezenas realizadas pelo território italiano. Em 2010, retorna de forma triunfal à Arena Di Verona, literalmente lotada, onde mais uma vez o tema de ERA UMA VEZ NO OESTE foi executado de forma soberba pela Roma Sinfonietta e com a participação vocal esplendida de Susanna Rigaci.