A CHEGADA

Enviado por admin em dom, 10/01/2017 - 16:46
A CHEGADA música composta por Jóhann Jóhannsson

Ao assistir  em 2013 ao filme OS SUSPEITOS, do cineasta canadense Denis Villeneuve acabei percebendo que a grande novidade não vinha do enredo, mas da trilha sonora. Fiquei profundamente surpreso pela forma como a trilha sonora estava estruturada, numa concepção musical que fugia totalmente aos padrões convencionais. Mais surpreso ainda fiquei quando tomei conhecimento de que se tratava de um compositor desconhecido no grande circuito, pois era islandês e seu nome Jóhann Jóhannsson. A partir daquele momento, passei a me interessar pelo seu trabalho e confesso que as surpresas positivas acontecem a cada novo trabalho, passando por Sicário e chegando agora no terceiro filme da parceria com Villeneuve, A CHEGADA lançado este ano. Esta trilha posso dizer que o compositor Jóhann Jóhannsson acabou se superando, quanto a capacidade de permitir que a linguagem musical pudesse se transformar num elo importante de comunicação com o espectador. Claramente, isso só foi possível, devido a relação de confiança com o diretor, quando este praticamente deixa o compositor completamente à vontade para realizar o seu trabalho.O mais instigante na trilha sonora de A CHEGADA é a capacidade de Jóhann Jóhannsson de respeitar os vácuos de silêncio, preenchendo justamente o espaço em que a música se torna rigorosamente imprescindível.O estilo musical de Jóhann Jóhannsson muitas vezes se aproxima de alguns nomes como do compositor francês Gerard Grisey, John Cage e até mesmo do japonês Toru Takemitsu.Mas na trilha sonora de CHEGADA, um papel crucial foi quanto a participação do grupo do chamado Theatre Of Voices, cujo domínio das técnicas vocais foi de fundamental importância quanto a imprimir uma cadência que ao mesmo tempo fundindo estilos antigos e contemporâneos. Acordes que pontuaram soberbamente o papel intimista que uma espécie de vozes do além caracterizariam criaturas do espaço sideral como na faixa batizada por “Kangaru”.Jóhann Jóhannsson, sem dúvida, se traduz como uma grata revelação dos últimos dez anos da música no cinema.