ROMEU E JULIETA (1968)

Enviado por admin em seg, 10/02/2017 - 15:47
Trilha sonora de Nino Rota para o filme Romeu e Julieta

A produção ROMEU E JULIETA, dirigida por Franco Zeffirelli, transformou-se num grande êxito de bilheteria, somente nos Estados Unidos, o filme arrecadou 46 milhões de dólares. A trilha sonora composta por Nino Rota foi indicada ao Globo de Ouro e Bafta da Inglaterra. A música foi premiada com o Nastro d’Argento que é o prêmio instituído pelo Sindicato dos Jornalistas e Críticos Cinematográficos da Itália.

A música de Nino Rota foi regravada por renomados artistas de todo o mundo. No entanto, o compositor e arranjador Henry Mancini foi aquele que conseguiu promover o melhor arranjamento musical dentre todos. O resultado é que o próprio compositor Nino Rota telefonou para Mancini elogiando o seu trabalho e afirmando que nem ele, autor da música, teria a sensibilidade para produzir um arranjo tão inspirado.

A canção “What Is A Youth”, cantada por Glen Weston no filme, frequentou as paradas de sucesso por muito tempo.

O cineasta Franco Zeffirelli ficou profundamente entusiasmado com o trabalho produzido por Nino Rota, em 1967, com a trilha sonora de A MEGERA DOMADA. Em decorrência desse fato, Zeffirelli fez o convite para que Nino Rota fizesse a música para ROMEU E JULIETA.

Já a partir do Prólogo, o tema de abertura de Nino Rota já se mostra profundamente identificada com as cenas. Os dois personagens centrais do filme Romeu e Julieta foram agraciados com temas de grande refinamento. Mas sem dúvida, a música mais comovente que arranca lágrimas da plateia é o Tema de Amor de Romeu e Julieta.

Nino Rota nasceu em Milão, considerada uma cidade sofisticada, com grande influência na cultura criativa. Ele era uma criança prodígio, já que aos 8 anos começou seus estudos de música. O seu talento aflorou quando tinha onze anos ao compor um oratório intitulado "A Infância de São João Batista". Sem dúvida foi uma introdução notável no mundo da música. Rota tinha um amplo domínio do piano, mas logo tratou de aprender a tocar muitos outros instrumentos. O seu avô, Giovanni Rinaldi, soube reconhecer a inclinação de Nino para a música, encorajando-o a enveredar pela carreira de músico. Ele não tardaria em entrar para o Conservatório de Milão, onde estudou composição e regência. O jovem compositor escreveu uma comédia lírica de três atos chamada “Il Principe Porcaro”, influenciada pelo Contador de histórias dinamarquês Hans Christian Andersen. Outra ópera de sua autoria que alcançaria um estrondoso sucesso foi O “Chapéu de Palha de Florença”.

 Entre 1930 e 1932, Nino Rota morou nos Estados Unidos e estudou no Curtis Institute da Filadélfia onde teve aulas de composição com Rosario Scalero e Fritz Reiner. Em 1937, ele começou a lecionar no Conservatório de Bari, assumindo a direção até sua morte em 10 de abril de 1979. A partir da década de 1940, ele entra para o cinema italiano que começava um período de grande efervescência com o neo-realismo. Um trabalho memorável de Nino Rota foi para o filme de 1946, dirigido por Luigi Zampa, VIVER EM PAZ.

 Luchino Visconti outro grande expoente da direção com quem Nino Rota teve a oportunidade de trabalhar pela primeira vez em NOITES BRANCAS, seguindo-se as participações com as trilhas em ROCCO E SEUS IRMÃOS, BOCACCIO 70 e O LEOPARDO.

O ritmo da música de Rota tem a capacidade de tocar a nossa alma, enquanto tempera imagens memoráveis. Mesmo que determinadas produções não tivessem a pretensão de impressionar o público, sua música marcava presença de forma discreta, mas profundamente envolvente. Ele fazia questão de rotular sua música de marginal, mas ela tinha uma funcionalidade rigorosamente impressionante. Nino Rota encerrou sua participação no cinema com a trilha sonora do filme de Jan Troel FURACÃO com Jason Robards, Mia Farrow e Max Von Sydow.

Na véspera de começar a rodar o filme CIDADE DAS MULHERES, Fellini chegou a encontrar-se com Nino Rota numa galeria da Via Candoti, quando trocaram impressões sobre o que poderia ser a trilha sonora do seu novo filme. Mas, no dia seguinte, 10 de abril, ao chegar aos estúdios de Cinecittà, Fellini foi comunicado da morte do amigo Nino Rota, vítima de um fulminante ataque cardíaco.