Durante 6 dias do mês de abril de 1980, homens fortemente armados mantiveram mais de 20 reféns no interior da Embaixada do Irã em Princes Gate, Londres. O negociador Max Vernon, interpretado pelo ator Mark Strong é convocado para negociar com os terroristas. Tentando ganhar a confiança do líder da invasão, o negociador se vê em situação difícil, a partir do momento em que uma força tática especial SAS, treinada para este tipo de incursão, começa articular uma invasão a embaixada. Do lado de fora cinegrafistas, repórteres e jornalistas acompanham os momentos de tensão que se segue, principalmente pela relutância dos terroristas em negociar a liberação de reféns. O estilo de narrativa que o filme apresenta e tal e qual de um programa de televisão transmitindo em tempo real o passo a passo deste episódio que foi baseado em fatos reais. Como a Dama de Ferro, Margareth Thatcher tinha como proposito inflexível não negociar com terroristas, a questão era apenas de encontrar hora certa para uma invasão da tropa de elite do exercito, sem margem de erro. O protagonismo fica concentrado nas figuras do negociado Max e do líder terrorista Salim, interpretado pelo ator Bem Turner que acaba conferindo nesse clima de tensão, um certo ar de humanidade, se é que cabe este tipo de sentimento quando se fala de terrorismo. Comandando a SAS o personagem Rusty, interpretado pelo ator Jamie Bell, tentando roubar a cena do negociador Max. O trabalho de edição de filme é a garantia de toda a emoção que emerge a cada cena, sendo que ela foi garantida pela competência do editor John Gilbert que havia cumprido um excelente trabalho na trilogia de O Senhor dos Anéis.
A música cumpre apenas sua função marginal uma espécie de ‘background’ pontuando os momentos de maior tensão. Nesse sentido a proposta do roqueiro David Long foi bastante apropriada, pois não tinha objetivo de roubar a cena. David Long começou a compor trilhas sonoras em 1992, mas se dedicou nesse espaço de tempo muito mais a curtas, documentários e series televisivas, desta maneira foram poucas as suas oportunidades em longa-metragem.
Este foi o quinto longa-metragem do cineasta Toa Fraser e sem dúvida foi o trabalho mais desafiador da sua carreira iniciada em 2006. O grande mérito que o diretor conseguiu neste thriller foi de não haver nem heróis e vilões, muito embora a história contada é sobre uma ação terrorista. Em agosto deste ano, o filme foi bem recebido no Festival Internacional de Cinema da Nova Zelândia, onde aliás o filme foi rodado.
O filme não deve ser cercado de grande expectativa, valendo como mero entretenimento, seria o equivalente a estar assistindo a uma cobertura jornalística da CNN. Aliás a atriz australiana Abbie Cornish faz o papel da repórter de televisão que ganhou notoriedade despois deste episódio a Kate Adie.